Testemunho visceral. Ilzeli Confessor: 65 anos de quedas e superações transformadas em fé sobre rodas. Um hino à persistência, à coragem e à essência do skate — cair, levantar e continuar, com joelhos funcionando, alma e verdade.
ALERTA.
Este não é um texto comum.
É carne sobre lixa, tempo sobre concreto, alma sobre rodas.
As próximas linhas não foram escritas — foram raspadas no asfalto da vida por um homem que há cinquenta anos cai, levanta, respira e segue.
Seu nome é Ilzeli Confessor, e o que vocês lerão nas palavras do aniversariante é uma confissão.
Um testemunho. Um tratado.
Um tratado sobre a persistência humana traduzido em linguagem skateboard.
Há uma oração silenciosa que todo skatista carrega consigo, mesmo sem saber recitá-la:
“Que eu nunca desista de cair e levantar.”
É simples. É brutal. É divina.
A liturgia da queda e da superação, repetida milhões de vezes nas pistas do mundo, está escrita nos joelhos, nos pulsos e nas cicatrizes dos que vivem o skate.
As joelheiras — ah, as joelheiras! — não são acessórios.
São relíquias. São escudos sagradas da coragem. Que é andar para si mesmo. Que é andar para sempre.
Que skatista nunca remendou a sua joelheira? E os joelhos? E que auto flagelo, "no pads" poderia ser considerado atitude, coragem?
Cada um de nossos joelhos é, na verdade, meio joelho; e para um funcionar, precisamos do outro,
e o outro, nosso outro meio joelho é feito de memória, de dor e de teimosia. Basta um joelho machucado para o skatista parar.
E lá estão os joelhos do nosso Ilzeli Confessor, cinquenta anos depois, juntos
ainda funcionando, ainda ajoelhando diante da própria paixão —
não por submissão, mas por reverência.
O corpo do skatista nunca precisou de tatuagem comprada,
as canelas marcadas para sempre, os dedos tortos, os calos ósseos e as queimaduras de sol e asfalto são tatuagens de autenticidade.
Elas contam a história que muitos fingem ter vivido —
mas poucos tiveram a coragem de permanecer nela.
Porque a Cultura Skateboard fora dos grandes centros:
é resistência sobre superação, e superação sobre resistência.
Quando milhares desistiram, Ilzeli persistiu.
Quando centenas se convenceram de que já sabiam tudo, Ilzeli voltou a estudar. E aprendeu a ensinar a ensinar.
Enquanto outros tentavam entrar para a história por meio de feitos fabricados e narrativas infladas,
ele simplesmente viveu — com verdade, com disciplina, com amor.
E assim, dia após dia, acorda e desperta,
levanta e anda, anda e voa. Voar. Viver. Deveriam ser sinônimos para todos. Para o skatista, é.
Ilzeli Confessor. É um dos maiores patrimônios imateriais da Cultura Skateboard Brasileira,
presença constante nas sessões de Natal, no Rio Grande do Norte —
onde o vento salgado se mistura à poeira do chão e o som das rodas ecoa como oração antiga.
Cada ferimento é uma lembrança.
Cada lembrança, uma lição.
Cada lição, um convite:
use seus equipamentos de proteção, proteja seu corpo e sua história.
Porque a maior proteção que temos é o respeito —
respeito à vida, à nossa trajetória e àqueles que realmente estiveram ao nosso lado,
ajudando a construir o caminho da prosperidade.
As palavras de Ilzeli Confessor não pertencem apenas ao skate.
Elas pertencem a todos os que ainda não desistiram de sonhar —
aos que persistem mesmo quando só resta esperança.
Aos que sabem que cair é humano,
mas levantar e persistir é o ato divino que os Deuses Eternos e Infinitos da Cultura Skateboard nos ensinam TODOS OS DIAS!
Ao nosso Ilzeli, todas as nossas reverências.
Itapema, Santa Catarina — 10 de novembro de 2025.
“Conquistar algo de verdade exige paciência e coragem pra seguir pelo caminho certo, mesmo quando ele parece mais demorado.
Quem planta com honestidade talvez demore um pouco mais pra colher, mas o que nasce desse jeito é firme, real e dura pra sempre.”
— Ilzeli Confessor
Eu sou ILZELI CONFESSOR!
65 anos de idade e 50 anos de skate com mais quedas do que eu posso contar.
Mas é isso que me ensinou a cair e levantar.
É simplesmente dizer a mim mesmo que o cair e o erro são partes do processo de aprendizado no skate.Lembranças das primeiras grandes quedas que deixaram marcas no meu corpo que ficaram até hoje.
Eu poderia ter desistido muitas vezes, mas algo dentro de mim sempre me fez voltar à pista para aprender com os meus erros e superar meus limites.É fato que chegar da sessão com alguns arranhões me deixava com dores e me faz pensar com o coração que não vou desistir!
É esta paixão e determinação que me fez ter mais experiência nas quedas com o uso das joelheiras!
Estas se fizeram perfeitas para a minha proteção e resiliência necessárias para o skate!Repetindo: a dor e o erro são partes integrantes do meu aprendizado e crescimento no skate e na vida!
Consegui superar muitos obstáculos na minha vida!
Cada queda, cada machucado, cada obstáculo superado me ensinou algo novo sobre mim mesmo e o esporte que amo.E é essa determinação que me permitiu alcançar patamares que eu nunca pensei ser possível!
A cada erro, eu aprendi a me levantar, a me adaptar e a continuar em frente.No aprendizado, a queda muitas vezes é inevitável, mas a forma como reagimos a ela é o que define nossa evolução.
Em vez de ficar triste, eu aprendi a me levantar e continuar em frente!E isso eu levo principalmente para a minha vida em todas as áreas!
Como aprendi a usar joelheiras nas quedas, estas me ajudam a evitar lesões mais graves e, além disso, também me ajudam a prevenir lesões crônicas, como tendinite e problemas de articulação.A joelheira é pra mim uma parte essencial, além, é lógico, do capacete, e me permite ter mais confiança e segurança, sabendo que estou protegido em caso de quedas (ainda tem as cotoveleiras e os guarda-pulsos).
O que posso dizer sobre isso é que, apesar das dores e possíveis machucados, eu jamais irei desistir de voltar à próxima sessão de skate para me divertir com os amigos!
Com muita alegria, paixão, dedicação e perseverança no esporte mais espetacular do mundo!
Quero continuar gastando uretano e usando os equipamentos de proteção (principalmente as joelheiras) para continuar caindo e levantando até chegar na próxima sessão!
“Meu pai sempre dizia que ninguém perde por ser bom.
Lembro disso toda vez que me decepciono com alguém e deixo a tristeza de lado.
As pessoas são o que são.
Eu escolho continuar sendo bom, pra que a minha colheita seja sempre de algodão.
Leveza.”
— Ilzeli Confessor
Ilzeli Confessor
Skatista
Prefácio: Frederico Manica – ABC do Skate Brasil
Publicação AG5 - Agência de Conteúdo - Cultura Skateboard Brasileira
Central do Skate www.centraldoskate.com
Tags: Natal, skate, cultura, rio grande do norte, instrutor